terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Economia e Meio Ambiente- Um país endividado

Existem ações que nos fazem refletir sobre nós mesmo, é o que muitos pensadores chamam de catarse, quando ao observarmos nossas ações, conseguimos repensar e, supostamente, melhorá-las, principalmente no que se refere ao convívio com outras pessoas. A revista Caros Amigos de nº 177, de 2011, trás uma entrevista com Vito Letizia, que foi professor de economia da PUC-SP por décadas, além de ser ex-preso político durante a década de 1960.
Em uma de suas falas, aponta problemas que dizem muito sobre nosso "milagre econômico atual". Seguem suas palavras:


"Antes de 2008 já dizia antes de 2008 que a economia internacional estava sobrevivendo de maneira artificial, baseada em um endividamento crescente das famílias. No Brasil é um endividamento tido como moderado, mas de qualquer maneira grande em relação a toda a história antecedente de endividamento de família no país e que se acentua com o crédito consignado. Então o Brasil está incluído nesse sistema artificial de consumo . É um consumo artificial. 
Agora, o endividamento está aumentando, no Brasil passando de moderado para grande. Mas temos um trunfo que nem todos os países tem, que é a destruição dos recursos naturais.
Destruir a Amazônia é barato e lucrativo e isso mantém certa aparência de bom funcionamento da economia. Razão pela qual o Lula não conseguiu cooptar, e consequentemente a Dilma, quem tivesse preocupações ecológicas sérias.
A Marina sempre foi muito leniente, calma, ela sabia que dependia da destruição da Amazônia para continuar com a economia funcionando e botaram um cara que nem sequer preocupações com o assunto têm. O Partido Verde é uma farsa no Brasil em termos de ecologia, pode ser um grande partido em outras coisas, mas para ecologia, não".

Precisamos refletir sobre o modelo de consumo e de desenvolvimento que queremos e precisamos, para que amanhã nossos filhos tenham uma pátria mais igual, justa e limpa!
Estamos permitindo que a nossa Mata Atlântica seja destruída por empreendimentos como o das plantações do eucalipto e  de cana-de-açúcar, e na Amazônia, com a Usina de Belo Monte, onde repetiremos a lógica de tirar terras de indígenas, ribeirinhos e quilombolas, expulsando-os para as cidades. Cidades estas que não possuem  educação, emprego, saúde, lazer.
O risco de crianças, adolescentes, jovens, adultos traficando, se prostituindo,  roubando é muito maior, tudo em prol da manutenção das aparências que o Brasil pretende ostentar lá fora, no estrangeiro.
Já temos um exemplo em Teixeira de Freitas (BA), onde mais da metade dos homicídios registrados no Cartório em pesquisa realizada entre agosto de 2009 a agosto de 2011, são de pessoas que vivem, mas não são  nascidas nesta cidade, nos tornando o 8º município, desde 2006, que  proporcionalmente mais mata jovens no país que possui mais de 5500 municípios. Mostrando que este processo de mega-empresas prometendo trabalho e arrancando as pessoas do campo, nada mais serve  do que para aumentar os índices de violência.
Até hoje não tivemos nenhum gestor público que se preocupasse com estas questões em nossa cidade, enquanto a monocultura do eucalipto continuar gerando lucro para os poucos grupos, nada será feito.

O PSOL pensa diferente, e acredita que é possível gerar renda de maneira igualitária sem destruir o meio ambiente e expulsar famílias do campo.

Contato: psoltx@hotmail.com

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